OUTRAS GLÂNDULAS
A hipófise é uma pequena glândula localizada na sela túrcica, região interna do crânio, atrás da cavidade ocular. Produz seis hormônios responsáveis pelo funcionamento de todas as outras glândulas e tecidos do corpo: tireoide, adrenal, ovários, testículos, glândulas mamárias e fígado.
Os hormônios produzidos pela hipófise são: LH, FSH, Prolactina, ACTH, GH e TSH.
LH e FSH – São hormônios responsáveis pela reprodução. Estimulam a produção de testosterona pelos testículos e de estrogênio e progesterona, pelos ovários.
Sintomas: A falta desses hormônios, conhecida como hipogonadismo, leva à falta de caracteres sexuais secundários masculinos ou femininos (mama, pêlos e o aumento de testículos e pênis).
Diagnóstico: O diagnóstico é feito através de exame clínico, dosagens hormonais e, se necessário, métodos de imagem.
Tratamento: O tratamento é feito através da reposição de testosterona ou estrogênio / progesterona.
PROLACTINA – É o hormônio necessário para a lactação, tendo influência na reprodução.
Sintomas: Somente o aumento da produção da prolactina, também conhecida como hiperprolactinemia, gera sintomas. Entre eles: dor de cabeça, ausência de menstruação, falta de libido, secreção leitosa pela mama (galactorréia) e, em alguns casos, perda de visão periférica.
Causas: As causas mais comuns da hiperprolactinemia são: gravidez, prolactinomas (tumores produtores de prolactina), uso de medicamentos, depressão ou estímulo contínuo da auréola mamária.
Diagnóstico: Feito através de exame clínico, dosagem de prolactina no sangue e, se a hipótese for prolactinoma, ressonância magnética de sela túrcica.
Tratamentos: O tratamento será feito feito conforme a causa da hiperprolactinemia. Pode ser medicamentoso ou, em casos raríssimos, por cirurgia transesfenoidal (através do nariz).
ACTH – É o hormônio que estimula a glândula adrenal (ou suprarrenal), que produz três hormônios: cortisol, aldosterona e andrógenos.
Sintomas: Os sintomas dependem da hiperprodução ou da falta de produção do ACTH.
Hiperprodução Os mais comuns são: hipertensão, obesidade, diabetes, estrias vermelhas na região abdominal e rosto bem arredondado com bochechas vermelhas.
Falta de produção do ACTH Os mais comuns são: pressão baixa, dificuldade de se manter em pé, escurecimento da pele em dobras e na face e hipoglicemias.
Causas: Hiperprodução: tumor produtor de ACTH.
Falta de produção: doenças auto-imunes (hipofisite) ou retirada, por cirurgia, da hipófise.
Diagnóstico: Feito através de exame clínico, dosagem de hormônios no sangue e exames de imagem, como ressonância magnética.
Tratamento: Se o caso for de falta de produção do ACTH, o tratamento será realizado por reposição hormonal. A cirurgia transesfenoidal é indicada se a causa for um tumor hipofisário produtor de ACTH.
GH – É o hormônio responsável pelo crescimento através do estímulo de um outro hormônio, conhecido como IGF-1.
Sintomas: Os sintomas dependem da hiperprodução ou da falta de produção do GH.
Hiperprodução: Os mais comuns são: hipertensão; diabetes; aumento de mãos e pés; aumento da língua, nariz e testa; alteração do timbre de voz; verrugas na região do pescoço e tórax; alteração de arcada dentária.
Crianças ou adolescentes acometidos pela hiperprodução apresentam quadro de gigantismo.
Falta de produção: Crianças ou adolescentes com falta do GH apresentam quadro de nanismo.
Os sintomas são muito sutis nos adultos, que apresentam diminuição de massa muscular e óssea e aumento de massa gorda.
CausasA hiperprodução de GH é causada por tumores.
A falta de produção do hormônio pode ser causada por doenças auto-imunes, ausência (mais comum em crianças) ou retirada da hipófise.
Diagnóstico: Feito através de exame clínico, dosagem de hormônios no sangue ou ressonância magnética.
Tratamento: Independentemente da faixa etária, a falta de produção do GH é tratada por reposição hormonal. No caso dos adultos, os benefícios da reposição devem ser avaliados com um maior critério, pois o tratamento é de alto custo.
A cirurgia transesfenoidal é indicada se a causa for um tumor hipofisário, produtor de GH. Existem medicamentos por via oral que ajudam a controlar a doença.
TSH – É o hormônio responsável pelo estímulo da glândula da tireoide.
Sintomas: Os sintomas dependem da hiperprodução ou da falta de produção de TSH.
Hiperprodução: Os mais comuns são: taquicardia, tremores de mão, emagrecimento importante (com ingesta normal de alimentos), sudorese e insônia.
Falta ou baixa produção : Os mais comuns são: sonolência, cansaço, déficit de memória, inchaço, depressão, queda de cabelo, unhas fracas e intestino preso.
Causas: A hiperprodução de TSH é causada por tumores.
A falta de produção do hormônio pode ser causada por doenças auto-imunes ou retirada da hipófise.
Diagnóstico: Feito através de exame clínico, dosagem de hormônios no sangue ou ressonância magnética.
Tratamentos: A falta de produção do TSH é tratada por reposição hormonal.
A cirurgia transesfenoidal é indicada se a causa for um tumor hipofisário, produtor de TSH.
As glândulas adrenais, ou suprarrenais, estão localizadas sobre os rins e são responsáveis pela produção de cinco hormônios: a aldosterona, o cortisol, os andrógenos, a adrenalina e a noradrenalina. As adrenais são divididas em camadas, sendo que cada uma delas produz um hormônio diferente. De acordo com a camada e o hormônio comprometido, teremos sinais, sintomas e a indicação de tratamentos diferentes.

As glândulas adrenais, ou suprarrenais, estão localizadas sobre os rins e são responsáveis pela produção de cinco hormônios: a aldosterona, o cortisol, os andrógenos, a adrenalina e a noradrenalina.
CORTISOL
É o hormônio mais abundante da glândula adrenal. Ele é conhecido como o “hormônio do estresse” e é essencial para a nossa sobrevivência. A falta desse e de outros hormônios adrenais, é conhecida como “insuficiência adrenal”. Já a hiperprodução do cortisol é chamada de síndrome de Cushing.
Sintomas: Os sintomas dependem da falta ou da hiperprodução do hormônio. Hiperprodução Os mais comuns são: hipertensão, obesidade, diabetes, estrias vermelhas na região abdominal e rosto arredondado com bochechas vermelhas.
Falta de produção Os mais comuns são: pressão baixa, dificuldade de se manter em pé, escurecimento de pele em dobras e na face e hipoglicemias.
Causas: As causas mais comuns da hiperprodução são o tumor produtor de cortisol ou o aumento de tamanho das adrenais. Por outro lado, a falta de produção é causada, na maioria das vezes, por doenças auto-imunes ou doenças infiltrativas da glândula, como a tuberculose ou micoses. A cirurgia para retirada da glândula suprarrenal também leva ao quadro de insuficiência adrenal.
Diagnóstico: Feito através de exame clínico, dosagem de hormônios no sangue e exames complementares de imagem, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.
Tratamento: Na falta de produção, o tratamento será a realizado por reposição hormonal com corticóide. A cirurgia de retirada da glândula adrenal é indicada se a causa for um tumor adrenal produtor de cortisol.
ALDOSTERONA
É um hormônio que age nos rins. Ele é responsável pela regulação do balanço eletrolítico, ou seja, controla principalmente o sódio e o potássio no nosso corpo. A falta desse hormônio também é conhecida como “insuficiência adrenal” e vem acompanhada da falta de cortisol. A hiperprodução de aldosterona é conhecida como hiperaldosteronismo.
Sintomas:Os sintomas dependem da falta ou da hiperprodução de aldosterona.
Hiperprodução: Os mais comuns são: hipertensão elevada e persistente (mesmo em uso de medicamentos), fraqueza nas pernas, diminuição das taxas de potássio e excesso de sódio no sangue.
Falta de produção: Os mais comuns são: pressão baixa, dificuldade de se manter em pé, escurecimento de pele em dobras e na face e hipoglicemias.
Causas: As causas mais comuns da hiperprodução são o tumor produtor de aldosterona ou o aumento de tamanho das adrenais. Por outro lado, a falta de produção é causada, na maioria das vezes, por doenças auto-imunes ou doenças infiltrativas da glândula, como a tuberculose ou micoses. A cirurgia para retirada da glândula suprarrenal também leva ao quadro de insuficiência adrenal.
Diagnóstico: Feito através de exame clínico, dosagem de hormônios no sangue e exames complementares de imagem, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.
Tratamento: Na falta de produção, o tratamento será a realizado por reposição hormonal com mineralocorticóide. A cirurgia de retirada da glândula adrenal é indicada se a causa for um tumor adrenal produtor de aldosterona.
ANDRÓGENOS
São hormônios masculinos pouco potentes conhecidos como androstenediona, dehidroepiandrosterona e sulfato de dehidroepiandrosterona. Esses hormônios são convertidos em testosterona. Na suprarrenal são produzidas quantidades residuais de testosterona. Nas mulheres, a suprarrenal é responsável pela produção de 50 a 60% das necessidades androgênicas. Nos homens, a quantidade de secreção é menor, já que a maior produção de andrógenos é feita nos testículos.
Sintomas: Tumores nessa região podem levar a um quadro de “virilização” nas mulheres, como o aparecimento de pelos no rosto, engrossamento do timbre de voz, aumento do clitóris, acne na face e tórax, aumento de pilificação generalizada e até calvície. Nos homens, os sintomas são mais sutis.
Causas: O adenoma (benigno), o carcinoma (maligno) e a hiperplasia (aumento) adrenal podem causar o aumento da produção de andrógenos. Nos carcinomas, o quadro clínico é bem mais acentuado.
Diagnóstico: Feito através de exame clínico, dosagem de hormônios no sangue e exames de imagem, como a tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Tratamentos: Nos casos de hiperplasia, o tratamento é feito com medicação via oral. A cirurgia é indicada para a retirada do tumor ou da adrenal nos casos de adenoma e carcinoma.
ADRENALINA E NORADRENALINA
São dois hormônios produzidos no centro da glândula adrenal. Eles agem em praticamente todo o nosso corpo, influenciando o humor, a ansiedade, o sono, a alimentação e influenciam nas batidas do coração. A falta de produção desses hormônios pela glândula adrenal é compensada pela produção nos glânglios ditos “simpáticos”. A hiperprodução desses hormônios é causada por um tumor chamado de “feocromocitoma”, que se desenvolve na região medular da glândula adrenal.
Sintomas: Os mais comuns são: dores de cabeça, tremores, hipertensão, taquicardia, sudorese e rosto vermelho, que podem ser confundidos com a síndrome do pânico. Os sintomas são decorrentes do feocromocitoma e da liberação exagerada de adrenalina e noradrenalina no sangue.
Diagnóstico: É feito através de exame clínico, dosagem de hormônios no sangue e exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Tratamento: Nestes casos, é indicada a cirurgia para a retirada do tumor.
As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se localizam atrás da glândula da tireoide, na região do pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio (PTH) e são responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção da massa óssea.

As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se localizam atrás da glândula da tireóide, na região do pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio (PTH) e são responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção da massa óssea.
HIPOPARATIREOIDISMOÉ a doença resultante da falta de produção de PTH pelas glândulas paratireóides. A falta desse hormônio causa a redução do cálcio no sangue.
Sintomas: Os sintomas são decorrentes da falta de cálcio: fraqueza, cãibras, sensação de formigamento no corpo e dormência nas mãos, espasmos involuntários dos músculos da face, e, mais raramente, malformações dos dentes e das unhas.
Causas: A causa mais frequente da doença é consequência da retirada das paratireóides durante cirurgias, sejam elas para a retirada de tumores de paratireóide ou em cirurgias de tireóide. A segunda causa mais frequente são doenças auto-imunes das paratireóides. As outras causas incluem doenças genéticas, exposição à radiação, doenças infiltrativas e falta de magnésio.
Diagnóstico: O diagnóstico é feito através das dosagens hormonais de PTH, cálcio e vitamin D, entre outros. Exames de imagem como ultrassonografia de região cervical, cintilografia e densitometria mineral óssea também devem ser solicitados.
Tratamento: O objetivo do tratamento do hipoparatireoidismo é normalizar as concentrações de cálcio no sangue. Isso é feito através da administração de medicamentos como as formas ativadas de vitamina D e cálcio.
HIPERPARATIREOIDISMOÉ a doença resultante do excesso de produção de PTH pelas glândulas paratireóides. O excesso deste hormônio causa o aumento do cálcio no sangue e na urina.
Sintomas: A maioria dos pacientes não apresenta sintomas. No entanto, uma pequena parcela pode apresentar fraqueza, falta de apetite, náuseas, vômitos, intestino preso, confusão mental, depressão, muita sede e muita vontade de urinar (poliúria). Além disso, os portadores de hiperparatireoidismo podem ter cálculos renais e osteoporose.
Causas: A causa mais frequente é o adenoma (tumor benigno) de uma das quatro glândulas paratireóides. A segunda causa mais frequente é um aumento das quatro glândulas da paratireóide, conhecido como “hiperplasia primária das paratireóides”. Raramente o aumento de PTH é decorrente de um câncer maligno (carcinoma) de paratireóide.
Diagnóstico: O diagnóstico é feito através das dosagens hormonais de PTH, cálcio e vitamina D, entre outros. A avaliação de cálcio na urina também é aconselhado. Exames de imagem como ultrassonografia da região cervical, cintilografia e densitometria mineral óssea também devem ser solicitados.
Tratamento: O tratamento deve ser discutido com o endocrinologista. Geralmente, o hiperparatireoidismo primário é tratado por meio de cirurgia. Alguns pacientes assintomáticos podem ser acompanhados no consultório, através de exames, sem a realização de cirurgia.
OSTEOPOROSE
A osteoporose é uma doença caracterizada pela redução da massa óssea, o que pode acarretar em fraturas. É a doença resultante do aumento de absorção da massa óssea.
Sintomas: A maioria dos pacientes não apresenta sintomas. No entanto, existe um aumento no risco de fraturas.

A osteoporose é uma doença caracterizada pela redução da massa óssea, resultante do aumento de absorção da massa óssea. Uma das principais consequências é a fratura dos ossos.
Causas: A osteoporose pode ser decorrente da baixa ingestão de cálcio e vitamina D; pela deficiência hormonal decorrente da menopausa e do envelhecimento; pelo uso de certas medicações como corticóides, anticonvulsivantes, lítio, hormônios tireoideanos em excesso ou doenças como síndrome de Cushing, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, acromegalia, doenças renais, doença celíaca entre outras.
Diagnóstico: A densitometria óssea é o exame de referência para o diagnóstico da osteoporose. O resultado deverá ser avaliado pelo seu endocrinologista, pois o diagnóstico é influenciado pelo sexo e a idade do paciente.
Tratamento: O tratamento da osteoporose tem por objetivo reduzir o risco de fraturas. Para isso, são necessárias orientações como a prática de exercícios físicos específicos, alimentação saudável que inclua alimentos ricos em cálcio e exposição adequada ao sol. O seu médico irá avaliar a necessidade de medicação. Entre os medicamentos mais utilizados estão os bisfosfonatos (podem ser diários, semanais, mensais e até semestrais ou anuais) e os compostos à base de estrógeno.